Sim sim amiguinhos, (pra lembrar os tempos de Thunder BIRD, Gastão e a trupe “alertnativex” da MTV!) estou de volta ao blog. Quase um mês sem escrever e nesse meio tempo rolou tanta coisa...entrega de um dos projetos, crise de saudade, viagem à Rep. Tcheca, snowboard na montanha(que, prometo, conto nos proximos posts c direito a fotinho e se pá até videozinho!), natal em Praga, museu do Kafka e viagem de volta à Eindhoven. Foi um tempo em que percorri tantas emoções que parece uma vida. Uma vida que anda sempre no presente. Às vezes as sombras do passado e do futuro aparecem dando o tom da angustia, aí me lembro da frase bonita daClarice “quero saber do presente que não tem promessa” e a sensação de angustia vai se esvaindo, drenada pela intensidade do “instante já”. (eu já disse que sou apaixonado por Clarice, né?) E esse presente vai digerir o passado. Passado vivido até minutos atrás, antes de voltar à terra plana dos países baixos. Começo com a viagem à Rep tcheca; tão intensa. Tenho que confessar que estava angustiado. O Bruno, amizade descoberta aqui na Holanda, acabou não indo e meu coração desejava estar perto dos cúmplices no Natal. Afinal, Natal é isso. Ou melhor, a vida é isso: experimentar o desconhecido aliando-se aos cúmplices que vamos costurando num percurso assimétrico, cíclico e rizomático. Cruzando Alemanha, o horizonte ganhou volumes. A linha constantemente plana da Holanda ganhou topografia, densidade; diversidade. Aliás, é impressionante como a borda geográfica realmente significa borda cultural nos países europeus. Ao chegar à republica tcheca mudou o cenário, a percepção espacial e o significado da vida. No país rodeado por montanhas, o passado não é uma sombra, é sobreposição; O presente parece sufocado pela história. As vilas que percorremos até chegar à casa de campo do Philip tornaram essa percepção bastante nítida. Casinhas antigas construídas lindeiras às ruas, arcos que criam espaços protegidos e fazem a borda entre o publico e o privado, rachaduras, manchas; arquitetura do tempo marcando a arquitetura do homem. Em solo tcheco anda-se no passado.
Praga é o ápice. Ao percorrer a “periferia” fiquei um tanto desapontado. Nela o presente tenta caminhar, completamente sem fôlego, sem graça, tímido e embaraçado com a força e qualidade espacial infinitamente superior do pretérito construído. O centro é, à primeira vista, encantador, charmoso e mágico. O cenário criado pelo homem mais impressionante e forte que meus pés já tocaram. A cada passo, o tecido urbano foi percorrendo minhas veias e ao fim do segundo dia estava completamente apaixonado.
Praga é muito mais do que eu podia esperar.
Identifiquei-me de uma maneira muito mais avassaladora do que jamais imaginei que seria possível. Mas, só fui perceber isso no dia seguinte. Começamos o terceiro dia (dia 25) andando pela primeira vez à deriva na cidade. Nos outros dias, Zuzka e Philip foram nossos guias (ou seriam babás?), ambos cheios de boa vontade em nos contar e mostrar a cidade, mas Marina e eu sentíamos falta também de uma certa liberdade pra se perder e simplesmente não saber. Fizemos nosso percurso impreciso em direção ao castelo, desenhamos a “charlies bridge”, fomos ao museu do KAFKA. (Destino ao museu do Kafka o nó em que minha percepção de cidade girou radicalmente e, por isso, pretendo dedicar um post só pra ele.) Mas já adianto, entendi que o centro de praga é muito mais do que um museu a céu aberto. É uma ferida aberta e sangrenta que contamina todo o tecido urbano. Uma ferida que marca e que oprime. Uma ferida que mantém a cidade estática, imutável, dura. Algo prende Praga da mesma maneira em que algo me prende. Não sei o que me prende. Não sei o que não me deixa ir ainda mais além. Não sei se tenho medo, se tenho passado, ou se tenho uma ilusão de futuro que me assombra porque nunca chega. Não sei o que me marca. Mas algo sangra em mim. E o sangue que escorre guardo com carinho na tentativa de me descobrir nele. Talvez isso tudo soe muito perverso pra você. Talvez pareça meio depressivo (e de certa forma é), mas a questão central não é necessariamente o que a coisa é, mas o que ela é capaz de fazer. E o que essa perversidade melancólica faz em mim é uma eterna metamorfose. Metamorfose essa sempre completamente desconhecida e estranha, mas que no fundo no fundo, eu sei; sou eu mesmo o agente da transformação.
sábado, 29 de novembro de 2008
Antuérpia novembro 2008
foto Automática
Antuérpia novembro 2008
foto Felipe Moreira
Antuérpia novembro 2008
foto Felipe Moreira
Antuérpia novembro 2008
foto Bruno Atra
Antuérpia novembro 2008
foto Bruno Atra
Na correria do fim do semestre, sem muito tempo e cabeça pra processar os fatos da vida. Ficam fotos do domingao (passado) incrível na Antuérpia!
já vou...será? eu quero ver, o mundo eu sei não é esse lá. por onde andar? eu começo por onde a estrada vai e não culpo a cidade, o pai. vou lá andar. e o que eu vou ver? eu sei. lá. não faz disso esse drama, essa dor! É que a sorte é preciso tirar pra ter perigo é eu me esconder (em você). e quando eu vou voltar? ah, quem vai saber... se alguém numa curva me convidar eu vou lá que andar é reconhecer, olhar. eu preciso andarum caminho sóvou buscar alguémque eu nem sei quem sou. eu escrevo e te conto o que eu vi e me mostro de lá pra você. guarde um sonho bom pra mim.
De repente aconteceu. Venho gerundiando o pensamento já há certo tempo. O pensamento vem transformando minhas idéias, minhas leituras, de certo modo até minha vivencia. Foi o pensamento que me trouxe aqui. Foi por pensar e me interessar pelo saber que fui caminhando em direção ao desconhecido. Busquei informações e situações que me colocavam frente a frente com o “certo”, o “correto”, o esperado. Caminhei no sentido contrário, busquei o incerto, o incorreto o imprevisto. Procurei com todas as minhas forças encontrar-me em direções opostas. De repente... De repente surge o eterno retorno, de repente surge aquilo que inesperadamente eu esperava, surge um espelho que reflete inversamente meu caminho e me mostra que o começo é sempre o fim. De repente me vejo andando em círculos, imerso num espiral maluco que aparentemente não me leva a nada. Aparentemente, porque o que parece ser não é. E de repente descobri que o que parece, nesse caso, é o inverso do que é. Desculpem, escancarei as portas do meu íntimo, da minha insegurança, carreguei-o pra esse lugar confuso e esquisito e não te estendi os braços, não te ofereci meu abraço, deixei-te só, sem guia, sem mapa, pessoa só em meio ao emaranhado de pensamento existencialmente inacabado. Ofereço-lhe agora a historia, carrego-te para o lado de cá, não te ponho junto de mim porque o que tenho pra contar é experiência particular, é experiência que não é dividida, mas sim contada. E você que sabe me entender, vai ouvir, processar de longe, sem sentir o sabor intensamente transformador que formiga em minha boca. O que tenho pra contar é experiência única, singela, e sem volta. Já há algum tempo tenho tentado aplicar forma e controle ao incontrolável. Tenho o desejo situacionista de liberar o poder transformador do tempo e do desejo humano ao invés de controlá-los e inseri-los num caixote controlado e estéril. Tenho tentado dar voz ao mais íntimo e existencial... Tenho tentado e a cada tentativa, tive de reconhecer com toda a minha arrogância e pretensão, foram incrivelmente fracassadas. Foi um golpe da mediocridade, de repente, assim, do nada! Lá estava eu numa tentativa arriscada de projetar numa escala desconhecida, num lugar desconhecido, com cultura, clima, vivencias completamente alheias as minhas referências particulares. Lá estava eu usando as mesmas ferramentas, as mesmíssimas ferramentas de controle, de esterilidade , acreditando piamente que estava fazendo o seu oposto, que estava criando situações, que abria um campo de possibilidades e transformações libertárias! Pobre ser inacabado que de repente viu-se frente a frente com o seu oposto! Pobre ser inacabado que de repente viu-se incompetente, incapaz, medíocre! Pobre ser que ao ver-se no espelho da verdade saiu correndo assustado! Pobre? Pobre nada! Rico!!! Rico ser inacabado que ao ver o seu reflexo no espelho assume humildemente sua derrota! Rico ser inacabado que por ser inacabado, ramifica-se e inicia uma transformação outra, uma transformação radical e profunda que libera aquilo que há tempos vem latejando em forma de sonhos e desejos! Aquilo que vinha latejando e que, de repente explode! Ao explodir bem aqui onde agora estás, parcela toda a minha existência em fragmentos inacabados e incertos. Ao explodir um segundo antes de vc entrar, dividi-me em pedacinhos que se ramificaram. E você, pessoa inteira em meio às minhas ramificações não percebe o quão forte e quão intenso foi ter explodido. Por isso que te conto, por isso que te alerto da particularidade da minha experiência. Porque explodi sozinho e agora me rearranjo sozinho. A sua presença me conforta me acalenta. Mas eu sei e você sabe que explodi sozinho. Eu sei e você sabe que agora não tem mais volta. Eu explodi e cada pedacinho vai ramificar. Talvez um dia, espero, eu exploda de novo. E já reconheço humildemente o meu fracasso futuro. Porque o fracasso não é derrota, é começo! A organização cíclica é movida por esses momentos avassaladores. Momentos avassaladores que muitas vezes são erroneamente interpretados como errados, incorretos, fracassados. Por parecem tão ruins, tão desesperados, tão intensos, são na verdade, tão transformadores e libertários que só quem já explodiu assim, de repente, sabe.
Uau, já faz um tempão que eu não colo aqui e dou inicio ao processamento dos fatos...Sim, processamento, pq o que eu escrevo pode até não fazer sentido pra vc, mas faz pra mim. A idéia desse blog é digestão e entendimento, mais do que os fatos em si. E andei meio a esmo sem querer muito entender ou processar nada. Queria apenas viver e vivendo, ir transformando os pedacinhos de mim sem me preocupar muito com o destino que tais mudanças provocariam. E pra ser sincero (já que me acompanhas tenho que ceder à sinceridade), não sei o que mudou. Não sei se mudei e também não sei se tenho algo além dos fatos pra te contar... A vida universitária, como me é de costume, é um atropelamento da vida. A questão acadêmica invade a vida privada e a inquietação não deixa meus pensamentos tão cedo. Muitas vezes não tenho idéia do que fazer com tanto pensamento e acabo por abrir mão daquilo que não sei lidar e me abrigo em algumas “certezas”. Dessa vez, estou tentando ser diferente e, ao fazê-lo tenho momentos de pura glória e libertação, de desprendimento. Mas nos intervalos (que costumam ser mais longos) o que tenho é uma grande sensação de estafa; de não saber, de não entender, de incapacidade. Não, eu não estou menosprezando ou me colocando em posição de inferioridade, estou apenas dizendo que em certos momentos a angústia toma conta com certa melancolia. Mas é essa mesma angustia e essa mesma melancolia que me impulsionam a ir além... OU seja, faz tudo parte do processo... E porque escrevo tudo isso agora? Escrevo pra me justificar. Você que tão humildemente me acompanha nessa viagem foi impedido durante certo tempo de invadir meus pensamentos, minhas idéias, minhas vivencias. E te conto que durante todos esse dias pensava sempre em vir aqui te dizer baixinho, quase ao pé do ouvido, o que vem guiando meus pensamentos, mas nunca me sentia pronto. Não sabia o assunto que queria tratar com você, não sabia como pegar em sua mão e te trazer pro meu lado. E agora que estás aqui ainda me sinto um tanto perdido. Não sei se quero discutir arquitetura, tenho lido os situacionistas, tenho pensado na congestão, na liberdade, na flexibilidade e ao mesmo tempo, nas infra-estruturas, nos entre espaços, nos interstícios... Não sei como te dizer de Amstedam...de ver o trabalho lindo do WEST 8 em Borneo, dos impressionantes espaços gerados pelos “cubos famintos” do MVRDV, de ver o baixio do NL, ir ao escritório do NL e me sentir em contato com uma mentalidade outra de pensar e fazer arquitetura, de ver a “maquetinha” do Basket Bar, da vontade intensa de cutucar o professor com currículo embaixo do braço e pedir uma vaguinha... Fico confuso ao te contar sobre Nuenem (uma vilinha ao lado de Eindhoven onde van Gogh morou por 2 anos), sobre Eschede (cidade ao Norte, no limite c a Alemanha), sobre o cano do banheiro que resolveu inverter sua função e vomitar água ao invés de absorvê-la... Como não sei bem como imprimir em palavras aquilo que ainda não entendo, estendo-te agora minha outra mão e permito que olhe nos meus olhos. Os meus olhos te guiarão, para além das palavras, vão imprimir em imagens aquilo que eu não sei dizer.O que permanecer obscuro, ficará na entrelinha. Confio na entrelinha e confio na sensibilidade de quem olha em meus olhos. Talvez você até consiga ir além de mim e ir preenchendo os interstícios dos meus pensamentos. Se vc ficar perdido no entre, não se acanhe. Vc estará comigo e juntos tentaremos decifrar o que eu também não entendo...
Amsterdam:
O belíssimo trabalho do WEST 8 ... (acima e abaixo)
Prometi que ia contar do fim de semana, certo? Ok, vamos lá.
O fim de semana começou na sexta com a festinha do Espanhol. Festinha não, festão! A casa era super bacana num lugar perto do centro. Tinha MTA gente. Pra variar, MTO espanhol! Juro, devia ter uns 20! Depois chegou uma leva de italianos, havia alguns poucos holandeses (aliás, holandês em festa é coisa rara. Apesar de estar na Holanda, tenho conhecido pouquíssimos holandeses!), alguns portugas e, claro, nós 3, os brasileiros. Depois de uma série de conversas despretensiosas regradas a um tanto de vinho em um climinha frio, porém agradável, fomos embora. Cada um pro seu canto. Mas, como bom cavalheiros que somos, Bruno e eu levamos a Marina até o meio do caminho. Sim, até o meio. O frio estava apertando e a Má mora praticamente em outra cidade, oras!.
Já estava tarde, passava das 2 da manhã e tínhamos que ir à Heerlem no sábado cedinho. :s
E lá estávamos nós, madrugando em pleno sabadão! Havíamos combinado um encontro as 8:00 da madrugada no parque em frente à minha casa. Nós 3 e um casal de Praga (a Zuzka e o Phillip). O plano era ir à uma posição MTO BACANA cujo tema era INSTANT URBANISM! Só gente bacana exposta, dentre eles: Situacionistas e Archigram!!!!! O dia estava frio. Aliás, frio é pouco. Pira nessa névoa que rolava no parque em frente de casa:
É pois é, negão. Guenta a friaca? Nós agüentamos!
Entramos no carro e fomos em direção à Haarlem, ao norte da Holanda, pertinho de Amsterdam (sim, fomos de carro.O Phillip veio com o carro dele de Praga e no fim foi BEM mais barato!!!!!). No caminho aquele território plano: vaquinhas, cavalinhos, cabritinhos, moinhos, água, MTA ÁGUA, e quase nenhum porco. Achei q ia ver porco as pencas! Mas não, o que tenho visto as pencas são coelhos! Coelhos e pássaros.
;P
Quase duas horas depois de sairmos de Eindhoven, chegamos a Haarlem. A cidade é bem charmosinha, interessante e com história. É engraçado ver nessa foto as diversas camadas (os famosos “puxadinhos”) que a igreja foi ganhando. Talvez por conta da complexidade que o programa , com o tempo, acabou adquirindo. Talvez...
Certo mesmo é que havíamos chegado a Haarlem e estávamos ansiosos com a exposição. Tivemos um probleminha pra achar vaga pro carro e decidimos nos separar. O Phillip foi procurar um lugar pra estacionar enquanto o resto de nós ia procurar um mapa da cidade e localizar o museu em que a exposição se encontrara. Ao chegarmos ao centro de informação turística uma surpresa engraçada:
Quem reparou direitinho na composição das letras que formam os nomes Haarlem e Heerlem?
Se você reparou, parabéns! És uma pessoa atenta. Coisa que eu não sou e, não sendo, já viu né? Fomos parar na cidade errada! Ai carai! A sorte é que Zuzka e Phillip tinham preparado todo um roteiro além do museu. Aliás, roteiro fantástico! Fomos à praia (sim tava frio, mas ainda assim, botei meus pezinhos na água gelada do mar do Norte), fomos a outra micro cidade em que, por coincidência, rolava uma peça de rua (provavelmente uma fábula nacional ou, de fato, sobre a historia holandesa pq os caras estavam usando os tamancos típicos).
Acima, a Zuzka, a Má e eu no mar. Abaixo o típico tamanco holandês.
Agora, o mais impressionante mesmo foi chegar ao limite do canal que conecta Amsterdam ao mar. Um lugar magnífico, fantástico e bizarro ao mesmo tempo. A ordem e o plano da modernidade imperam naquele território altamente tecnológico. Navios e cruzeiros gigantescos! O ruído longínquo e intenso de indústria e ferro retorcidos. Cheiro salgado do mar, brisa no rosto, horizonte distante.
Um profundo silencio interno tomou-me pelo braço. Fiquei um tempão pensando, silenciado. Não sei em que pensava. Nem sei se de fato pensava. Mas o contato com o mar, como me é de costume, fez de mim um ser em transe. Nem só aqui nem só ali. Em lugar algum e em todos ao mesmo tempo. Complexo e confuso? Talvez; mas era assim que me sentia.
Pra finalizar um passeio pela artificialidade. Uma pista de esqui, uma parede de alpinismo e uma escultura circular de concreto em um morro. Tudo artificial.Tudo projetado e construído pelo homem.Inclusive o morro.Quer mais Holanda do que isso? Só faltaram as tulipas e os moinhos...
Voltamos pra Eindhoven com um sorriso escancarado. Rindo do dia intensamente prazeroso. Rindo da confusão atrapalhada. Rindo, sobretudo, com a doçura de quem experimentou o gosto da vida, o gosto do arbitrário e do desconhecido.
Ao chegar em Eindhoven ainda fomos em mais uma festinha. Mais uma vez, de um espanhol! Festinha numa casa incrível. Mas o som era MTO RUIM. Fiquei pouco. Tava cansado e desanimado com aquele som. No domingão, almoçamos na casa da marina e assistimos a um filminho dos irmãos Cohen: “The Big Lebowski”
Ufa! Hoje é sexta-feira. O tempo voltou a passar num piscar de olhos. Que bom!
Não, não é que eu queira que o tempo passe sem que eu passe junto com ele. Quero ouvir e sentir cada grão de areia que escorrega pela ampulheta e timidamente cai. Quero ouvir e sentir cada grão de areia que cai sem perder sequer o momentodo silêncio: o silêncio profundo gerado pela organização do tempo. A organização do entre milésimos de segundo. Aquela repentina pausa em que o grão de areia sabiamente espera. Espera porque sabe que ainda não é tempo de cair... _ Hoje é sexta-feira e o tempo passou. A semana passou. Cheia de acontecimentos atropelados. Apresentação do International Design Studio em Urban Design na quarta. Apresentação do International Design Studio em Arquitetura na quinta (sim, eu sou louco e estou fazendo 2 international design studios!oq siginifca fazer duas disciplinas de projeto ao mesmo tempo ). Na quinta feira, por conta das minhas maquetes conceituais, recebi o seguinte comentário do professor:
_ não sei se você é brilhante ou um tanto preguiçoso.Seu mobiliário urbano é muito poético e eu gostei da sua idéia. Suas maquetes conceituais são simples, porém, cheias de significado.
Eu não me julgo nem brilhante nem preguiçoso. Como o sábio grão de areia, fiquei no intervalo. O tempo deu o sinal e eu já escorreguei. Estou em queda livre sem pressa de chegar ao chão. Sem pressa por descobrir o fim. Porque o grão de areia sabe que não importa o destino da queda, importa apenas cair e cumprir a marcação do tempo. _ A semana passou e quando ela estava só no comecinho eu caí numa gripe chata. Espirrei,tossi, a garganta doeu. Tive febre. Não tinha chá nem remédio. Foi difícil, mas passou. Foi um gargalo em que eu me espremi todo pra conseguir passar. Passei. Agora tenho músculos mais torneados por conta do aperto, remédios no bolso da bolsa e um tantinho de chá (de sabores ainda não muito bem identificados) no armário da cozinha. =) _ Por fim, ou melhor, pelo começo (já que é o início do tempo que vem a seguir a este em q escrevo), hoje tem festinha na casa de um espanhol! Festinha de aniversario! Mira que rico!
“Hoje vai ter uma festa, bolo sem guaraná, muito doce pra você!”
Rico anos 80 que nunca saem de moda! Uma viva ao chitãozinho e xororó (e aos mullets q dominam a cabeleira de alguns espanhóis)! ;P
Ih, agora já é sábado. A festa já rolou e eu já fui conheccer outro lugar. Mas essa outra estoria vai ficar pra outro tempo.
Hoje, sem fotinhos. Tá bom, vai. Só uma. Uma minha, já que faz tempo q eu nao mostro a minha cara!
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Fiquei pensando no que eu deveria escrever. Um monte de coisa aconteceu essa semana. Um monte de coisa engraçada. Meio tragicômico. Ao mesmo tempo, nenhuma dessas coisas mexeu comigo a ponto deu , de fato, querer escrever. Ok, eu queria sim contar pra vocês o que está acontecendo aqui. Como por exemplo, o dia em que achei uma pomba dentro do meu apê! Sim, isso mesmo, um rato voador na minha salinha! Ela voou ate a cozinha e de lá se foi, graças a Deus! Ou o dia em que o Bruno e eu cozinhamos a pior comida de todos os tempos. Foda cozinhar sem ter os temperos certos. A comida fica meio sem gosto. No dia seguinte corri pro Albert Hejin(o super mercado bam bam bam daqui) e cacei alguns. Achei poucos: pimenta, páprica, alho e só! Claro, tem a cebola. Ah, e achei orégano também. Mas um ingrediente essencial à minha culinária está em falta. O bendito creme de leite! O creme de leite salva o arroz, o frango, o macarrão! É incrível! E dá até pra fazer um chocolate quente mais encorpado... Estou na caça de um bom creme de leite (mas pra isso, preciso entender a lógica de armazenagem do supermercado. Vou dar um exemplo pratico: normalmente o atum e a sardinha ficam na mesma prateleira, certo? Senão na mesma, pelo menos próximos! Bem, por aqui não é bem assim. A sardinha fica de um lado do supermercado e o atum está do lado oposto!!). Preciso achar também uma boa carne, um forno (ou microondas), uma prateleira, um varal e umas roupinhas mais quentes. Não, eu não estou passando frio! Podem ficar tranqüilos. O problema é que to parecendo cebola. Uso umas 4/5 camadas por dia. Ou seja, quase todas as minhas roupas de frio. Ai, não da pra botar pra lavar. Treta! E o frio ta aumentando. Aqui ainda é meio verão, meio outono e já ta fazendo uns 6 graus!Quem olha as minhas fotos não acredita que esta essa friaca. Mas tenho que confessar que tive muita sorte em minhas viagens! Sempre com sol e um certo calor! Deu até pra usar camiseta de manga curta e tomar sorvete! =)
Na terça agora rolou uma noite da molecada na casa do Gonçalo e da Marina. Como é a única c TV, e é a casa mais legal, fomos todos pra lá assistir PSV e atlético de Madri. O atlético ganhou de lavada num joguinho bem meia boca. Tão meia boca que todo mundo ficou mais tempo no jardim (mesmo c a friaca) do que na sala que tava quentinha. Mas foi divertido, só os moleques (com exceção da Marina, claro), umas brejinhas e uns salgadinhos. Tudo bem que eu não sou grande fã de futebol, mas os caras são super bacana. Ficamos rindo, trocando idéia, o Terrence (Frances) tocou piano, ou melhor, deu uma aula! (sim, a casa da Ma tem até piano, não é legal?!) sai de lá pensando no filme francês “A Professora de Piano”...
Na foto acima, da esquerda pra direita: Naxo (espanha), um cara turco q eu nao sei o nome, o Bruno (brasil!) e o Ibai (o basco). Abaixo: Terrance (frança), Stefano (italia) e sentando ao sofa um outro cara turco q eu tb não sei o nome.
Por falar em filme, na quarta rolou “into the wild” na facul. Queria muito assisti-lo de novo! Quando cheguei, os ingressos já estavam esgotados. Assim como a palestra da Koolhaas (koolhaas é um arquiteto holandês que eu admiro muuuito!) esse domingo em Amsterdã...hunf! Enfim, acabei me empolgado e escrevi “bagarai”. (imagine se eu tivesse afim! Ah é, é so ver meu primeiro post...heheheh) Bom, mas o que realmente me fez vir ate aqui, parar tudo e fazer vc me acompanhar nessa viagem toda, foi o fato de começar a ver SP de uma outra forma. Lembram-se do anel de Paris que a Zuzka de Praga me mostrou? Aquele em que está em um nível abaixo da cota da cidade e que portanto possibilita alguns pontos de conexão. Pois é. Fiquei super empolgado com essa idéia boa de fazer cidade e, quando menos percebi, lá estava eu pensando no MASP, no vale do Anhangabaú ou no CCSP (ok, esse não é um ponto de conexão, mas trabalha o desnível da área lindeira à 23 de maio de forma magnífica). Fiquei encantado ao perceber que também temos uma perspectiva boa de fazer cidade. Tudo bem que em tempos de cidade jardim, daslu e outras burrices sem fim, fica difícil imaginar que o mercado, ou o estado, vão, de fato, incorporar idéias bacanas às suas propostas de cidade. Mas, nem por isso, arquitetos como os do MMBBou querido Igor Guatelli abandonam a idéia de investigar outras possibilidades de entender e projetar sobre essa cidade tão magnífica, caótica e cheia de problemas. Usei todos esses exemplos na apresentação de hoje e a galera curtiu. Fiquei tão feliz, tão orgulhoso por ser paulistano, brazuca. Engraçado isso.Estou longe e não estou exatamente como saudade. Estou é fascinado com tudo o que deixei no Brasil. Cada coisa nova que vejo por aqui serve de parâmetro. Não pra ficar na pequenez de melhor ou pior. Mas de igual ou diferente. E depois pra como, e quando e em que contexto...por aí vai. São varias peçinhas de um complicado quebra-cabeça; Complicado mas super prazeroso. Um prazer com gostinho de aperitivo. Vem sempre em pequenas porções e sempre com gosto de quero mais...
Ah, na fotinho à cima:minha cozinha hoje. gastei quase uma hora so nesses dois vidros mas valeu a pena. ta quase 100 %.Fiquei super orgulhoso de mim mesmo. Pra notar a difrença, basta compara-lo ao estado da foto c a pomba! :P
E finalmente uma festinha decente em Eindhoven! Toda quinta feira na TU/e (Universidade) rola uma festinha em cada um dos prédios da faculdade. Claro que na arquitetura não ia ser diferente. A festinha rola no SKY BAR. A princípio, a localização fazia jus ao nome e o bar encontrava-se na cobertura. Hoje, ele é o seu “eu” invertido. Encontra-se no menos um. No subsolo. O que, pra mim, acabou sendo certo charme. O espaço é retangular, mais cumprido e estreito, com pé direito alto, vigas de concreto e uma iluminação interessante. Pra chegar lá é simples: pegue o elevador e desça até o menos 1. Siga em frente, entre em qualquer uma das portas. Você estará num mezanino. À sua esquerda estarão os armários pra guardar a bolsa, a blusa ou o que mais você quiser. Desça a escada metálica olhando pra todo mundo. Procure seus amigos ou alguém que te desperte algum interesse. Vá até o bar (que fica do lado esquerdo) e compre um chope a 0.60 euros e um misto quente a 0.90! Você vai perceber que o som é daquele que, se não ajuda, também não atrapalha. Vez ou outra toca uma música legal. Todo mundo fica conversando, tomando umas, é bem sussa.
=)
Mas festa boa mesmo foi a que veio depois. Na casa de um espanhol, pertinho da minha casa e do Phillips Stadium. Pra festa ser boa não é preciso muito. Junte uma galera legal, algo pra comer e um tanto de bebida. Ponha um som de fundo (daquele mesmo tipo da festa anterior, não precisa ser excelente, basta não atrapalhar!) e pronto! A festa tá feita.
As francesinhas foram o charme da festa, aquele inglês falado com biquinho...
Arquitetura Terça-feira voltei à Antuérpia. O International Design Studio em arquitetura será lá. Aliás, numa área super interessante: entre a linha do trem, uma área residencial e o anel viário (que me lembrou muito a 23 de maio). Estou bem empolgado c esse projeto! Meu grupo parece ser bem legal! Uma mina da Letônia, outra da Bélgica e por fim, uma da República Tcheca, de Praga!!! Foi bem interessante a discussão que tivemos. A Zuska (de praga) mostrou o anel viário de Paris. A maneira como a cidade incorporou essa infra-estrutura sem identificá-la como barreira. A cota da cidade é superior à cota do Anel viário. Em alguns momentos, por sobre o anel, a cidade também acontece. Hora é um trecho do parque, hora é um estádio ou só uma ponte. Fiquei fascinado com essa perspectiva boa de fazer cidade. A gente costuma ver sempre as coisas pelo seu negativo. É preciso criatividade e paixão. Não só ao olhar a cidade, mas à vida!
Ontem fui a Rotterdam. Ia rolar um festival de arte em que uma fotografia do Lex ia ser leiloada. Resolvi ir. Fui com o Ibai (o Basco, lembra?! Ê memoriazinha a do cês, hein?) ele ia encontrar uns amigos conterrâneos e dar um rolezinho por lá. Saímos cedo de Eindhoven com nossas bikes (minha magrela é minha nova paixão, me acompanha em todo canto). Uma hora e dez minutos depois, chegamos em Rotterdam. O Ibai e os amigos queriam fazer um passeio mais turístico. Eu, como sempre, achei ótimo andar (ou melhor, pedalar) sozinho pela cidade, pensando, refletindo, vivenciando. Fui até o NAI (Instituto Nacional de Arquitetura da Holanda). Uma senhora aula de arquitetura em único prédio. Coincidentemente encontrei a Ruth Verde Zein (profa do Mackenzie) por lá. Foi engraçado!
Conversamos um pouco e continuei meu passeio meio à deriva, meio guiado por um mapa. Foi tão bom! Fui ao conjunto das casas cubos. Confesso que gostei mais do que eu imaginaria. É uma vila elevada, com diferentes cotas. Em cada cota há comércio, pracinhas, espaços de encontro. Super bacana! Não consegui entrar em nenhum cubo, mas ao que parece cada um é uma casa.
Sai de lá e encontrei a Lu e o Lex. Gosto tanto deles... No leilão o Lex se saiu super bem! Fiquei super orgulhoso. É tão bacana encontrar gente legal, gentil, sensível...
Estou aos poucos ajeitando minha casinha. Está divertida e prazerosa essa estadia. É claro que não tem o glamour do turista. Mas pra mim é ainda melhor. Tem o gosto neutro do real. Daquilo que nos encanta pelo simples fato de ter a mesma intensidade a que estamos acostumados. A intensidade da rotina. A intensidade da vivência mais do que da experiência. Experimentar é fácil. Você não gosta e logo abre mão. Viver... bom, viver requer mais do que dizer um sim. É dizer sim todo dia a toda hora a todo tempo. Sim à vida. Viver é a rotina do sim, ainda que o não insista em sair por entre os dentes...
Tips Cara Merawat Wajah agar Maksimal
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*Cara Merawat Wajah* - Sebelum tomato mengapilakasikan di muka,
membersihkan wajah terlebih dahulu. Bagaimana untuk menjaga sayur-sayuran
tomato dengan muk...
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Há coisas que não fazemos. E não as fazemos para que elas não percam esse
hiato de suposição que é imaginar como seria se as fizéssemos. Pular de
paraqueda...
Aha-uhu! O Vik Muniz é nosso!
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Tem exposição nova do Vik Muniz na área! ¨Espelhos de Papel¨ recria quadros
famosos a partir de recortes de revistas. De longe, o efeito são obras
express...
dezessete
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todo ano perto do carnaval tinha esse dia de festa em casa, dia 17. todo
mundo queria a honra de ter nascido no mesmo dia do vô, mas só o meu irmão
teve...
Minhas joaninhas
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Pós-aula:
França: Vamos tomar um café?
Brasil e França na *Union Square*. Café, marble loaf, marlboro.
Um ser se senta no banco ao lado e pergunta se Bras...
Carnival time
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Carnival time, ducth people love carnival and they are crazy those days!!
Walking arround the city center everybody is dress up! Is a show!!!
pd: today to ...